segunda-feira, junho 20, 2022

MÁSCARAS 

Tal qual outros, padeceu de um vasto passado, habita um presente efêmero e, incessantemente, enfrentaria um eterno futuro. O tempo, no entanto, não nos
dá tréguas.

Assim como qualquer outro, se escondia por detrás de uma máscara. Uma máscara de imposição e aceitação sociais, vigor forjado, felicidade espúria. No fundo, um inepto, uma vítima que, de novo, como qualquer outro, acreditava que a apatia era a tendência a ser seguida. Ou mesmo que o triunfo é de quem ri por último, de quem ganha a medalha, do mais esperto, aquele que recolhe os espólios.

Por algum tempo, foi assim.

Um certo dia, entretanto, durante um ou outro encontro social, sujeitou todas as suas neuroses às opiniões de seus amigos e conhecidos, os quais aceitaram todos os gaguejos e resmungos masoquistas de seu rito psíquico. Confrontados com a realidade atual, porém, como poderiam saber o que era mentira e o que era verdade?

Às vezes, ao acordar, sentia como se houvesse ingressado num sonho. Dentro desse sonho, se lembra das coisas como parecem ser, com a convicção de que ele, o homem com a máscara, consegue realmente dançar conforme a música, realmente manter-se acima da “água” e realmente viver uma vida, seja qual for.

Em meio a sorrisos e reviravoltas destoantes, sua visão transforma-se num impaciente e temporário pierrô momentos antes de abortar seu salto mortal, para somente, então, descobrir o alívio no santuário da mais sombria e reveladora
das máscaras.

Enfim, depois de todas as pantomimas, arranca toda a maquiagem, descobrindo, por debaixo, uma torrente de lágrimas fluindo para um nada sem fim.

A sós, apela para o seu mundo esvaziado. Mas já é tarde. Derradeiramente, frente ao espelho, se vê sem a máscara, sem um semblante, sem sua alma.

quarta-feira, setembro 10, 2014

Tradução :: Poema ::: "Aprendendo" de Jorge Luis Borges


Este poema de Jorge Luis Borges faz parte de um livro intitulado
Textos
recobrados (1919 -
1929) contendo textos de sua juventude e publicado postumamente, pois o próprio Borges não quis publicá-los em vida.  A tradução do espanhol para o português é minha.


“Aprendendo”
de Jorge Luis Borges


Depois de um tempo aprendemos a sutil diferença entre dar a mão e unir-se a uma alma; aprendemos que o amor não significa transar; e ter um parceiro não significa segurança; e começamos a aprender...

Que os beijos não são contratos e presentes não são promessas, e começamos a aceitar as derrotas com a cabeça erguida e os olhos abertos, e aprendemos a construir todos os nossos caminhos no hoje, porque o palco do amanhã é demasiado inseguro para os nossos planos... e os futuros têm o costume de chegarem pela metade.

E depois de um tempo aprendemos que, em exagero, até o suave calor do sol queima.

Portanto, plantamos nosso próprio jardim e decoramos nossa própria alma, em vez de esperar que alguém nos traga flores.

E aprendemos que realmente podemos aguentar, que somos realmente fortes, que realmente temos valor, e aprendemos e aprendemos... e com cada dia aprendemos.

Com o tempo compreendemos que somente quem é capaz de te amar com todos os seus defeitos, sem querer te mudar, é quem pode te proporcionar toda a felicidade que desejas.

Com o tempo entendemos que os verdadeiros amigos são contados, e que aquele que não lutar por eles acabará cercado de amizades falsas.

Com o tempo aprendemos que as palavras ditas num momento de raiva podem magoar por toda uma vida.

Com o tempo aprendemos que qualquer um pode se desculpar, porém perdoar é um privilégio reservado às almas iluminadas.

Com o tempo entendemos que cada experiência vivida com cada pessoa é irrepetível.

Com o tempo nos damos conta de que aquele que humilha ou despreza um ser humano, mais cedo ou mais tarde, sofrerá as mesmas humilhações e desprezos
ao quadrado.

Com o tempo veremos que mesmo que estejamos felizes com os que estão ao nosso lado, sentimos uma saudade terrível dos que ontem estavam conosco e agora já se foram.

Com o tempo aprendemos que tentar perdoar ou pedir perdão, dizer que amamos, dizer que sentimos saudades, dizer que precisamos, dizer que queremos ser amigos... perante um túmulo, já não faz nenhum sentido.

Com o tempo nos conscientizamos de que, na realidade, melhor não era o futuro, mas sim o momento que vivíamos naquele exato instante.

Desafortunadamente, somente com o tempo...

sábado, julho 06, 2013

Miniconto :::: Manifestação Oxímora


Decidiram concordar ao discordarem.  Quem pagaria o vidro de plástico da janela? 
Escutou-se um cochicho estrondoso e as folhas que caíam flutuavam pelo fluxo estático daquela tarde sem brisa.  Tudo estava organizado aleatoriamente e a escassa multidão estava inconscientemente ciente do estrepitoso silêncio que pesava no ar.  Como por mágica, todos compreenderam a imperceptível realidade daquele fato hipotético.  Ninguém entendeu, no entanto, as óbvias referências à humilde arrogância e a mais questionável e vigorosa vulnerabilidade daquele líder serviçal.  Quanto mais as coisas mudavam, mais se tornavam as mesmas.  Sucedeu então que nada aconteceu.  E todos viveram naquele inferno divinal de ignorante conhecimento sobre tudo, para todo o sempre.

                         

sexta-feira, maio 03, 2013

29 regras para escrever bem em português


1.      Deve-se evitar ao máx. a utiliz. de abrev., etc.
2.      É desnecessário fazer-se empregar de um estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisístico.
3.      Anule aliterações altamente abusivas.
4.      não esqueça as maiúsculas no início das frases.
5.      Evite lugares-comuns ou clichês como o diabo fugindo da cruz.
6.      O uso de parêntesis (mesmo quando for relevante) é desnecessário.
7.      Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.
8.      Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça massa, falô?
9.      Palavras de baixo calão podem transformar o seu texto numa m****.
10.    Nunca generalize: generalizar é um erro em toda e qualquer situação.
11.    Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra ficará uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto devido à repetição da palavra repetida.
12.    Não abuse de citações. Como costuma dizer um amigo meu: “Quem cita os outros não tem ideias próprias”.
13.    Frases incompletas podem causar grandes
14.    Não seja redundante. Não é necessário dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez; ou seja, não repita a mesma ideia várias vezes.
15.    Seja mais ou menos específico.
16.    Frases com apenas uma palavra? Jamais!
17.    A voz passiva deve ser evitada por todos.
18.    Utilize a pontuação corretamente o ponto o ponto e vírgula e especialmente a vírgula será que ninguém sabe utilizar o ponto de interrogação
19.    Quem precisa de perguntas retóricas?
20.    Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.
21.    Exagerar é quinhentos trilhões de vezes pior do que a moderação.
22.    Evite mesóclises. Repita comigo: “mesóclises: evitá-las-ei!”
23.    Analogias são tão úteis quanto cornos numa galinha.
24.    Não abuse das exclamações! Nunca! O seu texto fica horrível!
25.    Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da ideia nelas contida, e, por conterem mais que uma ideia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam, portanto, o pobre leitor a separá-la nos seus diversos componentes, de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, pois, afinal de contas, o objetivo é facilitar o processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.
26.    Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língúaa portuguêza.
27.    Seja incisivo e coerente, ou não.
28.    Não fique escrevendo no gerúndio. Você vai deixando seu texto pobre – causando ambiguidade – e esquisito, ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo.
29.    Outra tri-barbaridade que se deve evitar é o uso de muitas expressões que acabem por denunciar a região onde tu moras, tchê!

quarta-feira, março 20, 2013

Conto ::: Personalidades

(inspiração :: Nelson Rodrigues)



Uma noite

— Oi, pessoal!
— Oi, pai! — gritaram as crianças em uníssono.

O menino, o mais novo, sentava no sofá lendo um livro dos Hardy Boys e a menina assistia a um programa qualquer na televisão. O pai dá um beijo em cada criança e passa para a cozinha aonde, como sempre, a mãe preparava o jantar.  Diz outro "oi", dá um beijo nela, tira o paletó e senta-se à mesa já arrumada.

— Tudo bem? — pergunta a esposa.
— Tudo.  Foi um dia muito cansativo.  Cinco reuniões.  Uma loucura!  E amanhã vou viajar para o Rio. Mais dois ou três dias de reuniões!
— Você está sempre viajando.  Sempre trabalhando.  Férias que é bom, nada.  Quando isso vai acabar?  Quando NÓS vamos viajar?
— Eu preciso resolver certos problemas na firma e então vamos.  Vamos conhecer Brasília, Manaus, que tal?  As crianças nunca viajaram de avião.  Será o máximo!
— E temos dinheiro para isso?
— Não se preocupe com dinheiro.  Tudo se arranja.
— Você sempre fala que "tudo se arranja", mas depois as contas ficam sempre atrasadas.  Sempre recebendo avisos da escola, da luz, tudo.
— Já falei, não se preocupe.

Casados há mais de vinte anos, as conversas não mudavam muito.  O tempo dele era escasso, pois além do trabalho ainda era pastor dos jovens e ajudava com a contabilidade da igreja; um pilar de honestidade e da comunidade.  Não tinha ou não fazia tempo para ela.  Com isso, ela deixara de se cuidar e engordara, sempre visitando médicos que diagnosticavam problemas com a tireoide e receitavam infindáveis dietas, com as quais ela estava constantemente preocupada. 

— Crianças...  lavar as mãos e venham jantar — chamou o pai, ele próprio indo lavar as mãos.
— Ah, pai!  Agora?
— Sem dúvida!  Aqui em casa ceamos juntos, sem exceção.

Sentaram-se à mesa e fizeram a oração que sempre faziam antes de qualquer refeição.  Serviram-se e começaram a comer.

— Amanhã vou viajar.  Vou ao Rio de Janeiro para umas reuniões e vou ficar uns dois ou três dias.
— Posso ir também? — perguntou o garoto.
— Papai vai trabalhar.  Uma outra vez vamos todos, tá bom?

Durante o resto do jantar conversaram sobre coisas da vida, do dia a dia:  a escola, a tarde no clube, as compras, a fila do banco, como estavam caras as coisas, o vestido que a menina queria, o novo tênis que o garoto estava precisando, etc.  Um momento familiar, agradável, de união e cumplicidade; todos conectados pelo azul das veias, pelo ácido maestro.

Terminado o jantar, as mulheres lavavam a louça e arrumavam a cozinha, enquanto os homens se retiravam para a sala a fim de assistir à televisão, ler o jornal ou um livro ou qualquer outra coisa que lhes convinham.  Uma família de costumes clássicos, tradicionalmente machista.

Tinham de levantar cedo no dia seguinte, portanto, todos já estavam preparados para ir para a cama lá pelas dez horas.   De pijama, dentes escovados, se beijaram ao desejarem-se boa noite e foram deitar; as crianças compartilhavam um quarto e o casal outro.  Cada um pensava em suas atividades do dia seguinte ou nos íntimos desejos que lhes aguçavam a alma.

O pai pensou no que faria de manhã quando acordasse, preparando uma mala de viagem, e o que faria ao chegar no trabalho.  Teria de organizar certas atividades e estipular alguns marcos a serem atingidos pelos seus funcionários dentro dos projetos que estavam em andamento.  Não teve muito tempo mais, pois seu dia realmente havia sido corrido e estava cansado.  Dormiu.

A menina pensava num garoto da escola e como ele haveria de ser romântico quando finalmente lhe pedisse para dar uma volta ou ir ao cinema.  Ela iria, é claro, porém antes hesitaria dois, três milésimos de segundo para valorizar sua decisão e criar suspense na mente do pretendido.  Pensou na conversa que teriam e no andar pausado que faria durar o tempo que tinham juntos, de mão dadas.  Os pensamentos tomaram mais vida, o romântico passeio transformou-se no mundo subconsciente dos sonhos e ela adormeceu com um sorriso nos lábios.

O garoto continuava a ler uma das aventuras dos Hardy Boys.  Já lera umas dez histórias dos irmãos Hardy, pois seu pai lhe trazia uma a cada duas semanas.  Quando chegava em casa com uma nova edição, arrancava das mãos do pai e imediatamente começava a ler.  Gostava mais de Joe, o irmão mais novo e impetuoso, porém também bastante inteligente, cujas observações ajudará na solução de muitos dos mistérios que enfrentavam.  Leu até que as letras começaram a embaralhar.  Chacoalhou a cabeça para espantar o sono, continuou a ler até que as páginas embrumaram-se e ele se viu, num espelho, seu cabelo liso, loiro, de olhos azuis, tudo que ele não tinha; seu irmão, Frank, ao seu ombro, dizendo "Joe, temos que sair daqui!".

A mãe não estava com sono apesar de muito ter trabalhado, preparando o café da manhã para todos, fazendo as compras do dia, enfrentando a fila do banco, fazendo o almoço (apenas para ela e as crianças, pois o marido nunca almoçava em casa), limpando toda a casa (com a ajuda insignificante da filha), cômodo por cômodo, cantinho por cantinho, para deixá-la tinindo, fazendo o jantar e depois limpando, sempre limpando.  As preocupações sempre priorizavam-se sobre a sua necessidade de descanso.  Fossem elas financeiras, de saúde (dela ou das crianças), domiciliar administrativas, familiares, físicas ou amorosas, suas preocupações tomavam conta de sua vida.  Sentia-se só.  Sentia uma tristeza obtusa que crescia a cada dia.  Vinte e sete anos de casados e já não tinha mais o marido.  Pelo menos não no sentido abrangente da palavra.  Sim, ele estava ali ao seu lado, já dormindo, sem parecer guardar qualquer preocupação.  Ela se sentia feia, não conseguia emagrecer.  Talvez isso tivesse causado o distanciamento do marido, que passava pouco tempo em casa.  Às vezes viajava para outros estados a trabalho, como faria amanhã, e ficava dias ou o fim de semana todo fora.  No entanto, apesar de sempre atrasadas, ele sempre pagava as contas e tinham dinheiro o bastante para alimentarem-se, vestirem-se, divertirem-se (ao menos um pouco).  "Chega, já!"  Tinha de dormir.  Fechou os olhos, concentrou-se, tentando não pensar em nada.  Assim ficou por muito tempo até que, como uma hipnotista, exigiu que dormisse e dormiu.

O dia seguinte

Pela manhã, ela, a última a dormir, é primeira a levantar-se.  E a primeira ideia que vem a sua cabeça é "Tudo de novo!".  Ela sabe que seu dia será basicamente igual a todos os outros.  Enquanto, alvoroçados, o pai, o menino e a menina realizam suas abluções e vestem-se para sair, ela prepara o café da manhã para todos.  Conforme vão ficando prontos, aparecem à mesa para comer cereais, tomar café com leite ou leite achocolatado, pão com manteiga, uma fruta, enfim, o que estivesse sobre a mesa e escolhessem para dejejuar.  Já alimentados, um a um, se despediram com beijos uns nos outros e partiram para suas atividades diárias, escola e trabalho.  Ela de volta à limpeza, sempre a limpeza.

O ônibus da escola, uma escola privada, chegou no mesmo horário de sempre e o garoto o esperava já há cinco minutos.  Era o primeiro a entrar e, portanto, tinha o ônibus inteirinho para escolher onde sentar.  Geralmente sentava ao lado do motorista, pois simpatizava com ele e, quando não tinha mais ninguém no ônibus, ele deixava o menino escutar umas fitas de piadas antigas e às vezes "sujas", de Ari Toledo ou de Juca Chaves.  O motorista, o Seu Nelson, o fazia sentir-se como gente grande.  Na escola, tudo era meio chato.  As coisas que explicavam eram às vezes interessantes, porém muito óbvias para serem repetidas tantas vezes.  Não via a hora de voltar para casa e continuar a ler aquela nova aventura dos irmãos Hardy.

A menina andava até a escola, pois escolhera permanecer na escola pública localizada a cinco quadras de onde moravam.  Sua escolha talvez tivera base nas amizades que forjou durante os anos que lá estudou ou talvez no garoto foco da fantasia que tornou-se sonho na noite anterior.  O que ela sabia é que as horas que passava na escola eram as melhores horas de seu dia.  Não pelas aulas ou pelas incontáveis maravilhas do mundo que tinham o prazer de conhecer, mas porque conversava com suas amigas o tempo todo e tinha a oportunidade de ver e, por vezes, também conversar ou brincar junto ou ao lado do garoto que ela considerava seu "príncipe encantado".  Afinal, para que aprender essas coisas velhas e inúteis?  Sabia também que detestava voltar para casa, pois sua mãe sempre lhe pedia que ajudasse com a limpeza, sempre a limpeza.  Por agora, estava feliz, pois se encontrava numa roda de amigas que incluía três meninos, um deles o seu "Aquiles".


Depois de se despedir, das crianças e da esposa, pegou sua pasta, a mala de viagem, as chaves, entrou no carro e partiu.  Com o trânsito de São Paulo, terrível como sempre, levaria pelo menos uma hora e vinte minutos, talvez mais, para chegar ao trabalho.  Uma loucura.  Quanto tempo perdido!  Chegou ao escritório e pediu à secretária que não fosse interrompido por uma hora.  Revisou todos os projetos, as atividades de cada um e para quem deveriam ser delegadas, as reuniões das quais iria participar, as agendas dessas reuniões, enfim, tudo que o trabalho exigiria dele nos próximos três dias.  Mais tarde, conferenciou com os integrantes dos projetos, delegou as atividades, certificando-se de que as pessoas responsáveis haviam entendido exatamente qual deveria ser o resultado esperado e as próximas etapas a serem acionadas.  

"Como o tempo passa rápido!" pensou.  Um dia inteiro de trabalho já se havia passado.  Hora de ir embora.

Outra noite

Com sua pasta executiva e suas chaves, foi até o carro, abriu-o, pegou a mala de viagem que ali deixara e foi até um ponto de taxi.  Decidira que seria melhor não levar seu próprio carro.  Entrou num dos taxis que lá estavam e deu-lhe o endereço para onde ir.

— Chegamos — disse o motorista do taxi, depois de mais de uma hora dirigindo.
Ele havia dormido no banco de trás.  Abriu os olhos, verificou que estava na frente da casa certa.
— Obrigado — retrucou, pagando o motorista. — Fique com o troco.

Pegou sua pasta e sua mala e saiu do carro.
Entrou porta adentro gritando:

— Cheguei!  A janta tá pronta?
— Oi, pai! — disse a mais velha das três meninas que estavam na sala.
— Onde está sua mãe? — perguntou, áspero.
— Na cozinha, fazendo seu jantar — respondeu a mais nova.
— Já não disse que quando chego em casa não quero ver vocês aqui?  Vão para o quarto, já!

A mãe das meninas entra pela porta que dá para a cozinha e diz:

— Para o quarto, meninas!  Vamos!
— O que elas estão fazendo aqui?  Vão arruinar minha janta!  Já disse que quando venho aqui quero jantar, só eu e você, não disse?  E vá logo avisando a elas, porque vou ficar aqui pelo menos duas noites!
— Sim, sim.  Tudo bem!  Vamos, meninas!  Está vendo?  Já estão indo.  Não vão arruinar nada.  Como foi o seu dia?
— Eu falei pra usar anticoncepcional!  Mas não!  Viu o que você fez?  Viu no que deu? 
Três!  Três!  ...  Merda!

                         

terça-feira, março 19, 2013

Imprecações...

Religião e sistemas políticos têm muito em comum: ambos dependem da fé do povo, ambos aspiram controlar as massas e ambos sobrevivem do trabalho e dinheiro do povo.  

Se isso não fosse o bastante, assim como cada religião acredita que o dela é o único DEUS, cada sistema político acredita ser a única RESPOSTA para uma sociedade perfeita.


Isso explica porque os governos são laicos. Se não fossem, não só teríamos um enorme conflito de interesses, mas, muito provavelmente, ainda mais guerras!




terça-feira, março 13, 2012

SMART TV !!!!!!!


Para aqueles que procuram uma TV realmente inteligente...

SMART TV !!!

Você nunca mais terá de assistir a programas como novelas, reality shows do tipo Big Brother e a TV Senado.